Segue a última edição da Guerra Civil.
Um dos momentos marcantes nos quadrinhos em 2007.
A morte do maior herói da Guerra Civil.
Daqui pra frente a Marvel parte para a INICIATIVA!
Texto puxado do UNIVERSO HQ (http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n08032007_03.cfm)
Capitão América #25, de Ed Brubaker e Steve Epting, distribuído esta semana nos Estados Unidos, traz eventos polêmicos para o personagem, e é uma das conseqüências da Guerra Civil.
Nesta história, inédita no Brasil, Steve Rogers, o Capitão América, morre (aparentemente) baleado por Ossos Cruzados e Sharon Carter (sob o controle hipnótico do Dr. Fausto). O crime foi planejado pelo Caveira Vermelha.
Como todo leitor de HQs sabe, esta não é a primeira vez que morre um super-herói. O mesmo já ocorreu com o Super-Homem, Fênix, Flash, Supergirl e outros. A maior parte deles volta a ser publicada algum tempo depois, como o "Homem de Aço", por exemplo.
Como não podia deixar de ser, a notícia já está causando estardalhaço na mídia. O site Wikipedia, a enciclopédia livre, já possui informações detalhadas sobre a edição, e o jornal New York Daily News publicou uma matéria sobre o assunto.
Numa entrevista para o jornal, Joe Simon, um dos criadores do personagem (junto com Jack Kirby), hoje com 93 anos, afirma que não poderia haver momento pior para a morte do personagem. "Precisamos dele", disse.
Numa matéria exibida no canal CNN, Joe Quesada disse que o personagem representava outra época e outros tempos e que o mundo mudou.
A história foi escrita intencionalmente como uma alegoria aos eventos atuais. Sobre a morte do herói, Quesada explicou que espera que cada leitor ache um significado para o fato.
O editor-chefe da Marvel, que em outra entrevista não descartou a hipótese do retorno do personagem, disse que pede aos seus escritores que a morte dos heróis tenha um significa dentro do contexto das histórias, para que o fato não seja banalizado.
Quesada também frisou que ainda existem muitas questões e mistérios a serem respondidos na revista do Capitão, entre eles o que aconteceu com a máscara do personagem (vista pela última vez durante Civil War #7, nas mãos do Justiceiro) e quem passará a usar seu uniforme.
O Capitão América surgiu em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, na revista Captain America Comics, da Timely Comics (hoje Marvel), criado por Joe Simon e Jack Kirby.
Seu primeiro número vendeu rapidamente mais de 1 milhão de exemplares e fez de Simon e Kirby superstars da noite para o dia.
Capitão América, ou Steven Grant Rogers (mais conhecido como Steve Rogers), era um garoto americano franzino, nascido no Lower East Side, em Manhattan, Nova York, que queria participar do esforço de guerra contra os nazistas. O garoto aceita participar de uma experiência e se transforma num super-soldado.
Embora não seja o primeiro super-herói patriótico (The Shield foi, possivelmente, o primeiro), foi o Capitão América que se tornou o mais famoso personagem a vestir as cores da bandeira norte-americana.
A editora MLJ (hoje Archie Comics), que publicava The Shield, ameaçou processar a Timely por plágio, e só não o fez porque Martin Goodman, o dono da Timely, concordou em modificar o escudo triangular do personagem (muito similar ao usado pelo rival), para o atual modelo circular.
A revista Captain America Comics teve 75 edições publicadas entre 1941 e 1950, sendo que nos dois últimos números a revista já havia mudado o nome para Captain America's Weird Tales (os super-heróis haviam saído de moda e o horror era o material que mais vendia).
O personagem voltou em mais três edições, em 1954 (Captain America 76-78), seguindo a numeração anterior, mas teve seu título cancelado.
O Capitão América ressurgiria em The Avengers #4, de 1964. O personagem dividiu por alguns anos a revista Tales of Suspense com o Homem de Ferro (Tales of Suspense 59-99), e só voltou a ter seu próprio título em Captain América #100, publicado em 1968.
Esta revista durou até 1996, quando foi cancelada no número #454. Entre os autores que passaram pela revista estão Stan Lee, Jack Kirby, John Byrne, John Romita, Jim Steranko, Gene Colan, Sal Buscema, Frank Robbins, George Tuska, Mick Zeck, Roger Stern, Steve Gerber, Bill Mantlo, Chris Claremont, J.M. DeMatteis, Mike W. Barr, Mark Gruenwald, Paul Neary, Mike Carlin, Kieron Dwyer, Ron Lim, Mark Waid e Ron Garney.
Entre 1996 e 1997, o personagem foi "reimaginado" por Rob Liefeld, como parte do evento Heróis Renascem. Captain America volume 2, como é conhecido o título, só durou 13 números.
O terceiro volume de Captain America foi publicado entre 1998 e 2002, e teve 50 edições. O destaque desta época fica por conta do trabalho do escritor Mark Waid e da arte de Ron Garney e Andy Kubert.
A revista foi reiniciada em 2002, Captain America vol. 4, bastante influenciada pelo atentado de 11 de setembro de 2001.
Esta fase teve 32 edições e entre os autores que se destacaram estão John Ney Rieber, John Cassaday, Jae Lee, Robert Kirkman, Dave Gibbons, Lee Weeks, Chris Bachalo, Chuck Austen e Trevor Hairsine.
Em 2005, a Marvel começou a publicar a atual revista do Capitão América (o volume 5), escrito por Ed Brubaker, com arte de Steve Epting, Michael Lark e Mike Perkins.
Ed Brubaker vem fazendo um ótimo trabalho na revista do personagem. O escritor reformulou o título, mexendo na estrutura de quase todo o elenco coadjuvante.
O escritor fez mais pelo personagem, em apenas 25 edições, do que tudo que se escreveu sobre Steve Rogers nos últimos 10 anos.
Os dois eventos principais, a linha-base do enredo de todas estas histórias, foram a volta de Bucky Barnes e a morte e ressurreição do Caveira Vermelha.
Brubaker trouxe de volta Bucky Barnes, o companheiro de aventuras do Capitão durante a Segunda Guerra, numa história inspirada que mexeu com os leitores, e o transformou no Soldado Invernal (Winter Soldier).
O Caveira Vermelha, vilão manjado, usado e abusado, morre logo de cara. Com esta morte foi embora o Caveira Vermelha que era um clone do corpo do Capitão, cuja mente havia sido transplantada para este corpo perfeito por Arnim Zola.
Ao longo de um enredo de mais de 20 números o vilão é ressuscitado, graças ao cubo cósmico, e mesclado à personalidade do General Lunkin, um magnata russo cuja história se mistura à Segunda Guerra e aos muitos anos da Guerra Fria.
Se isso tudo não bastasse, Brubaker ainda injetou ânimo em Ossos Cruzados e na filha do Caveira Vermelha; restabeleceu o relacionamento do Capitão América com Sharon Carter, a agente 13, da S.H.I.E.L.D. que foi sua namorada durante muitos anos; relembrou o passado do personagem, criando vínculos com outros homens que usaram a roupa do Capitão América e de Bucky; e também trouxe o Falcão para participar de algumas aventuras com o Sentinela da Liberdade.
Com tudo isto ocorrendo, e com os planos do Caveira Vermelha e do General Lunkin em andamento, é difícil imaginar que o personagem esteja sendo descartado.
Aliás, esta não é a primeira morte aparente dele.
O Capitão América esteve congelado desde a Segunda Guerra, até ser descoberto por Namor, numa aventura dos Vingadores, de 1964.
Durante o período que todos acreditavam que ele estava morto, outros homens usaram sua identidade, entre eles: William Naslund (O Espírito de 76) e Jeff Mace (O Patriota).
Foi Naslund, usando a roupa do Capitão América, e Fred Davis como Bucky, que terminaram a Segunda Guerra, quando os dois heróis originais haviam desaparecido num confronto contra o Barão Zemo.
O Capitão América (William Naslund) morreu, desta vez de verdade, nas mãos do andróide Adam II. Mas foi imediatamente substituído por Jeff Mace, que era o Patriota.
Mace aposenta o uniforme do Capitão América em 1949.
O Capitão América das aventuras da década de 1950 (muitas vezes chamado de Capitão América II e até Capitão América IV) era um professor que pensava ser Steve Rogers, cujo nome nunca foi revelado, que enlouqueceu e tornou-se o vilão Grande Diretor, vindo a falecer em Captain America #236. O Bucky da época foi posteriormente revelado como sendo Jack Monroe, personagem que também usou o nome de Nômade.
Na década de 1960, o Caveira Vermelha trocou de corpo com o Capitão América, substituindo sua mente com o uso do Cubo Cósmico, fato que depois foi desfeito pelo próprio vilão.
Durante um confronto com a Madame Hydra, em Captain America 111, de 1969, o personagem simula a "morte" de Steve Rogers para voltar a ter uma identidade secreta.
Em 1974, desiludido com o governo americano e com seu país, o Capitão América assumiu outra identidade, a de Nômade.
Neste período o Falcão treina o jovem Roscoe para assumir seu lugar. Roscoe morre, usando o uniforme do Capitão, vítima do Caveira Vermelha. Steve Rogers volta a assumir a identidade do Capitão América.
Na década de 1980, outro evento obriga o Capitão a trocar de identidade. Steve Rogers, com outro uniforme, passa a se chamar apenas O Capitão, e John Walker (que mais tarde se transformaria no Agente Americano) assume o papel do Capitão América.
E se tudo isso não fosse suficiente para sugerir que está "morte" está longe de ser definitiva, o próprio Joe Quesada, editor-chefe da Marvel, disse que não é impossível que o personagem retorne "algum dia".
O escritor Brubaker, desde que começou a escrever para a Marvel, tem se especializado em mortes, ressurreições e outras revelações polêmicas. Além dos fatos já citados acima, ocorridos na revista do Capitão América, Brubaker simulou a morte de Foggy Nelson, na revista do Demolidor, e ainda arranjou um terceiro irmão para Cíclope e Destrutor, dos X-Men.
Uma coisa é certa, a notícia sobre a morte do personagem é certeza de venda garantida para os próximos números do Capitão América.
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